sábado, 2 de dezembro de 2017

Há 50 anos, o sul-africano Christiaan Barnard tornava-se pioneiro em cirurgia de transplante de coração

 3 de dezembro de 1967. Há 50 anos, o cirurgião sul-africano Christiaan Barnard surpreendia o mundo ao realizar, na Cidade do Cabo, na África do Sul, o primeiro transplante de coração da história da humanidade. O feito foi notícia em toda a imprensa, radiofônica, televisiva e impressa.Em São Paulo, o Jornal da Tarde estampou na edição de 4 de dezembro de 1967 a seguinte manchete: "Coração de moça salva velho".
A moça era uma doadora de 24 anos, bancária. Seu nome foi identificado pelo Jornal da Tarde como Ann Darvall. Em outros veículos, consta Denise Darvall. 
Já o velho que recebeu seu coração era o comerciante Louis Washkansky, cuja idade foi publicada pela imprensa de modo impreciso. A informação variou de 53 a 55 anos. Na verdade, nem tão velho assim.
Washkansky morreu 18 dias depois da cirurgia, em consequência de uma infecção pulmonar. A ingestão de muitos medicamentos, para combater a rejeição ao novo órgão, acabou debilitando o sistema imunológico do paciente. Apesar disso, o coração funcionou perfeitamente até a sua morte.
Eu era criança quando o transplante aconteceu. E uma das primeiras coisas que aprendi com essa intervenção cirúrgica de repercussão mundial foi que na África também havia brancos. Essa descoberta curiosa na  minha visão infantil foi mencionada, anos depois, em meu livro "Raul Soares, Um Navio Tatuado em Nós", nas páginas 23 e 24 (clique nas imagens abaixo, para ler):


No ano posterior, foi a vez do cirurgião brasileiro Euryclides de Jesus Zerbini realizar o primeiro transplante cardíaco no Brasil. A cirurgia aconteceu no dia 25 de maio de 1968, no Hospital das Clínicas, em São Paulo. 
A edição do dia seguinte do Jornal da Tarde saiu com um "Extra" acima da manchete "Coração trocado vai bem".
O paciente transplantado era o boiadeiro João Ferreira da Cunha.
O doador, um homem de mais ou menos 30 anos, sem documentos, que morreu atropelado por um Vokswagen (Fusca) azul na estrada de Cotia. Um de seus rins foi recebido pela paciente Mercedes Scudeiro Leme.

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