quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Ministra defende juiz federal, mas ofende a Língua Portuguesa

Lídia Maria de Melo

Com a devida vênia, preciso comentar a fala da ministra Cármen Lúcia, na abertura da sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) puxou a orelha do presidente do Senado, Renan Calheiros (sem citar o nome dele), na defesa do juiz federal Vallisney Souza Oliveira, e cometeu uma ofensa à Língua Portuguesa. Logo ela que fala tão bem e disse, equivocadamente, que o termo "presidenta" estava errado, insinuando que a ex-presidente da República não havia estudado.
Hoje, ela cometeu erros de concordância ao dizer: "Todas as vezes que um juiz é agredido, eu e cada um de nós, juízes, é agredido".
A expressão "cada um de nós" leva o verbo para o singular. Nesse caso, o uso do verbo "ser" no singular estaria correto ("Cada um de nós é"). Porém, a ministra adicionou a essa expressão o pronome pessoal "eu", formando um sujeito composto. 
Nesse caso, o verbo "ser" deveria ter sido usado no plural, assim como o adjetivo: "Eu e cada um de nós, juízes, somos agredidos".
Com todo o respeito à ministra Cármen Lúcia, fico imaginando a repercussão, caso esse deslize fosse cometido pela ex-presidente Dilma ou pelo ex-presidente Lula.

Em tempo: A defesa da ministra ao juiz federal Vallisney Souza Oliveira está relacionada à ofensa que o presidente do Senado fez ao magistrado, porque ele autorizou a prisão de quatro policiais legislativos na semana passada, dentro da Operação Métis.

(Republicado do blog Prosa Linguística)

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